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terça-feira, 3 de maio de 2016

III Conferência Municipal de Juventude é realizada em Parauapebas e elege novos representantes no Conselho Municipal de Juventude

Foi realizado nos dias 29 e 30 de maio, no Plenário João Prudência, na Câmara Municipal de Parauapebas a 3ª Conferência Municipal de Juventude de Parauapebas, com tema “Juventude e Mineração, Impactos e Efetivação de Direitos”. O evento contou com a presença de representantes da juventude do município, incluindo estudantes e jovens da Pastoral da Juventude, além de representantes do Levante Popular da Juventude, MST e da Juventude Indígena.

O debate teve como eixo a mineração, divididos em cinco grupos de trabalho, tendo cada um com tema distinto: Juventude, emprego e renda; Juventude e Territorialidade; Juventude e acesso a direitos; Juventude e educação; Juventude e extermínio de jovens. As propostas debatidas nos grupos serão transformadas em documento que será encaminhado ao governo municipal através da Coordenadoria Municipal de Juventude.

Segundo a Coordenadora Municipal de Juventude, Nilva Araújo, o objetivo é trabalhar em prol da juventude buscando melhores políticas públicas e o evento é a oportunidade de ouvir as propostas e anseios da juventude. Ainda segundo ela, a juventude tem mostrado maturidade política tanto no participar quanto na forma que conduziram as discussões tendo, inclusive, entrado em consenso para apresentar apenas uma chapa que concorreu as vagas existentes para representantes da sociedade civil no Conselho Municipal de Juventude.

Nesta conferencia um diferencial foi a participação de jovens indígenas, o jovem Katop-Ti, da aldeia Xikrins do Cateté, ele trabalha no Setor de Educação Escolar Indígena e diz ser a segunda vez que a juventude de sua aldeia participa de uma Conferência de Juventude. De acordo com o indígena as políticas públicas não têm contemplado a juventude indígena que tem dificuldade para continuar os estudos quando concluem o ensino médio. “Ingressar no ensino superior ainda é um sonho para nós indígenas”, lamenta Katop-Ti, dizendo que a principal reivindicação que fizeram foi a inclusão dos jovens indígenas nas políticas que existem para os brancos.

Segundo Vanessa Moitinho, presidente do Conselho Municipal de Juventude, a comissão organizadora da conferência tem a tarefa de sistematizar todo esse material transformando na AGENDA DA JUVENTUDE DE PARAUAPEBAS 2016/2018. “Essa agenda serve para mostrar para a gestão que não precisam, trazer empresas de consultoria com estatística, pesquisa ou técnicos para saber o que a juventude quer; muito menos o gestor ter que forçar a inteligência para descobrir o que a juventude precisa e espera. Basta a coordenadoria de juventude ou o governo municipal entender que este é o único de gestão necessária”, detalha Vanessa, simplificando que o que a juventude pede é tão trivial e óbvio.

No final da conferencia foi feita homenagens à Shirlean Rodrigues, falecido recentemente por problemas de saúde e Lorena Lima, assessora da Pastoral da Juventude, vítima de violência.

O novo conselho eleito no encerramento da III Conferência de Juventude tendo como membros:

Redação Jornal O Pjoteiro, com informações do Portal Notícias de Parauapebas.
domingo, 1 de maio de 2016

Carta Aberta – Resposta do Fórum Contra a Violência e Extermínio de Jovens, Pedindo Justiça sobre o Caso Lorena Lima.

“A passagem bíblica que me motiva é João 10,10, onde Jesus disse: “Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância.” E é esse sentimento utópico que me move, pois se sou discípula de Cristo minha missão é levar essa vida a todas as criaturas, estar sempre a serviço do próximo.
Lorena Lima, Presente na caminhada!
Estivemos reunidos como sociedade civil organizada no dia 23 de abril de 2016, no Fórum contra a Violência e Extermínio de Jovens, pedindo justiça sobre o caso Lorena Lima. Realizado nas dependências do auditório da secretaria municipal de Cultura de Parauapebas, com o intuito de debater políticas para a juventude sobre violência e o extermínio de jovens, cobrar das autoridades responsáveis respostas referentes aos crimes cometidos que não são solucionados, tendo como vítima principal nossa juventude alvo principal dos homicídios cometidos no Brasil.   
No município de Parauapebas situado na região sudeste do estado do Pará, encravado em uma das regiões mais ricas do planeta, que em termos de segurança pública assume a sexta posição no ranking de violência no Brasil, dados esses encontrados em último estudo realizado em 2014, sendo que dentre os casos destaca-se a violência para com jovens de 15 a 29 anos, pobres, negros e moradores de periferia.
Outro percentual no Brasil com números significativos são os da investigação criminal, apenas 5% dos vários casos são solucionados pela justiça brasileira, estimativas, essas da Associação Brasileira de Criminalística, os demais estão sem solução por conta das injustiças de uma sociedade capitalista, e por termos um sistema investigativo faliu que precisa de uma reforma, para não ser corrompido.
Dentre todos os casos que precisam se solucionados está o de Lorena Lima, jovem, mulher, negra e militante das causas sociais, sobretudo as de juventude, foi brutalmente assassinada. Lorena era assessora da Pastoral da Juventude de Parauapebas, uma ação articulada dos jovens da igreja católica que sempre se posicionou de diversas formas contra a violência e do extermínio dos e das jovens, e estava candidata a Conselheira Tutelar da cidade na época.
Sete meses se passaram e nada aconteceu para que este crime bárbaro se desvendasse, o assassino de Lorena Lima continua a solta, enquanto a família na qual prevalece a indignação, impunidade, não tem respostas das autoridades responsáveis, e assim também tantos outros casos semelhantes na nossa região que continua sem respostas.
A Pastoral da Juventude da Diocese de Marabá, o Levante Popular da Juventude, e tantos outros coletivos aos quais Lorena contribuía de forma direta ou indireta estamos sofrendo com sua ausência nesta luta, tendo uma de suas lutadoras vitimada pela violência que tanto combateu.
Hoje temos uma certeza: sua luta não foi em vão! Lorena é testemunha fiel do Reino de Deus, que ela construía no cotidiano da luta. Com essa realidade e luta assumida por nos, ousamos pedir, exigir e cobrar com  a certeza de nossos direitos a solução dessa investigação criminal, além de cobrar das autoridades competentes deste município planos de ação para diminuir a violência e o extermínio de jovens que tem suas vidas ceifadas pela riqueza de poucos e por um sistema neoliberal opressor que não se responsabiliza pela vida de seu povo.
As lutas por justiça são incansáveis, e com desejo maior pela vida ousamos dizer “chega de violência e extermínio de jovens”: Contra o feminicídio e o machismo que vitimiza milhares de mulheres todos os dias; Contra a redução da maioridade penal; Contra as práticas ilegais de divulgação de imagens de vítimas de violência em redes sociais, não respeitando a privacidade e a dor dos familiares e amigos. Reafirmamos assim nossa luta contra a injustiça e não descansaremos jamais enquanto não houver vida em abundância.

Pastoral da Juventude - Diocese de Marabá
Levante Popular da Juventude - Parauapebas